Os padres dehonianos têm um estilo todo especial de perceber o amor do Coração de Jesus. Um modo de se comportar diante de Deus, um modo de se sentir filho, de se sentir filho de Deus, um modo de se relacionar com os irmãos, a Igreja e o mundo. O estilo vem do próprio modo de ser do Coração de Jesus.
Algumas palavras-chaves nos indicam as linhas da espiritualidade dos padres dehonianos:
1) Coração de Jesus:
Olhando especialmente o lado aberto e o Coração transpassado pela lança, Sinal privilegiado do amor que aceita a morte como doação da própria vida e obediência amorosa ao Pai, derramando o Espírito Santo sobre nós. É o Sinal do amor que faz nascer o homem de coração novo.
2) O Reino do Coração de Jesus nas Almas e na Sociedade:
Expressa nossa espiritualidade como algo ativo. Uma das expressões bíblicas mais caras ao Pe. Dehon era: “Adveniat Regum tuum”, venha o teu reino. Isto, junto com a revista que ele fundou com o título: “O Reino do Coração de Jesus nas almas e na Sociedade”, expressa o ardor do Pe. Dehon para que o amor do Coração de Jesus tomasse conta de cada pessoa e de todas as estruturas da sociedade. Para implantar o reinado do amor, Pe. Dehon expressa alguns comportamento constantes que são considerados valores privilegiados da espiritualidade dehoniana:
Disponibilidade
Eis que venho, ó Pai, para fazer a tua vontade. É a disponibilidade de amar a todos, especialmente os pequenos e os que sofrem por causa de Cristo ( CST. 18).
Oblação (oferta, entrega)
É a expressão de disponibilidade. É a consciência da união à oblação do coração de Jesus ao Pai e aos homens. É a gratuidade do amor que se torna doação ao projeto do Pai, a exemplo de Cristo. A oblação tem duas dimensões: Deus e os irmãos.
A reparação
Cristo amou o Pai por nós, deu valor divino e eterno a todo o nosso sofrer e viver, deu vida pelos nossos pecados (ef. 5,2)
Assim Cristo reparou (consertou, redimiu) a humanidade. Ao Deus amor( nenhum homem, por si, podia amar a Deus) Cristo deu uma resposta digna e total de amor. Só Cristo é Reparador. Ele o faz encarnando-se, identificando-se, solidarizando-se, por amor, a ponto de se fazer “pecado”, sofredor, mortal, transpassado.
Pela união à oblação de amor do Cristo o homem também se torna reparador. Em Cristo o homem pode amar dignamente e, sua vida se torna sacrifício agradável a Deus. Daí o lema central da vida do Pe. Dehon:
AMOR – REPARAÇÃO
A reparação na espiritualidade dehoniana envolve três dimensões:
Acolhimento do Espírito: acolher o amor de Deus que se derrama continuamente em nós. Significa docilidade, deixar-se amar, deixar-se santificar, acolher o Deus amor.
Responder ao amor de Cristo por nós e, em comunhão com Ele, amar o Pai: dar a Ele todo o amor que merece. Mas isto só é possível pela sua graça redentora. Ele me adquiriu para a sua glória. Pe. Dehon queria amar por aqueles que não amam, especialmente pelas almas mais amadas por Sus. Dizia Pe. Dehon: “Eu entro no Coração de Jesus e amo com o próprio Coração de Jesus. É na força do Espírito que nós podemos reparar dando ao Cristo e ao Pai o amor que merecem.
Colaboração com a obra redentora do mundo.(Cst 23)
- Reparação nesta dimensão significa:
- comprometer-se com o pecado do mundo;
- amar os homens, especialmente, os menos amados;
- solidariedade com os problemas dos homens;
- compromisso com a justiça e a paz;
- compromisso com os marginalizados e famintos;
- compromisso com os jovens, o problema da mulher e da família no mundo de hoje;
- compromisso para destruir todas as estruturas do pecado e implantar o Reino do Coração de Jesus.
3) Vida de amor é a alma da espiritualidade dehoniana:
Não se trata de uma potencialidade simplesmente humana. Trata-se de um amor novo que brota da “união com o Cristo-amor”. É um amor crístico, regenerado, divinizado. Nisto está o enlevo, o entusiasmo e o tudo do Pe. Dehon, descobrindo que seu amor é cristificado (cf. CST 20.18e21). Diz Pe. Dehon: “Nosso Senhor pede de nós este amor constante que trabalha e age nele, por ele e com ele”(DE, 1-2)
4) A Eucaristia:
A Eucaristia é o sacramento ( sinal que significa e realiza hoje) a presença viva do estilo de vida do Coração de Jesus. Por ela somos transformados nele.
Ela é o testamento do amor que nos ama com a ternura do Pai, nos ama até o fim, se entrega a nós, repara em totalidade a nossa vida e realiza a nossa eterna aliança de amor: A Eucaristia é assim a fonte e o centro de convergência da espiritualidade dehoniana. A celebração da Eucaristia. é o momento privilegiado de nos oferecermos com Cristo ao Pai e aos irmãos. A adoração eucarística, intimamente ligada à celebração da Eucaristia, é o momento de intimidade com o Coração de Jesus, vivo, amante e desejoso de receber nossas homenagens e oferecermos a Ele nosso louvor, adoração, gratidão, confiança e abandono ao Pai.
Veja o vídeo que conta um pouco a história de Padre João Leão Dehon, fundador da Congregação dos Padres do Sagrado Coração de Jesus – Dehonianos.
Fonte do texto: www.dehonianos.org.br